Após um 2020 turbulento para toda a economia devido a pandemia de Covid-19, a construção civil demonstra otimismo para o ano de 2021. Veja o que o setor espera para esse ano que se inicia.
O ano de 2020 foi atípico para todos os setores da economia, e na construção civil não foi diferente. A pandemia de Covid-19 forçou a adoção de medidas sanitárias para conter a disseminação do vírus e que geraram um impacto sobre toda a economia mundial. No setor da construção civil essas medidas também resultaram em impactos consideráveis.
Para se ter uma ideia do que foi o ano de 2020, podemos tomar o indicador de vendas de imóveis. No primeiro trimestre de 2020 as vendas caíram 27,2% em relação ao quarto trimestre de 2019. No segundo trimestre de 2020 a queda continuou e ficou em 16,6% em relação ao primeiro trimestre do mesmo ano. No terceiro trimestre de 2020, no entanto, como reflexo do afrouxamento das medidas de combate ao novo coronavírus a economia começou a retomar a atividade. Assim, nesse período, as vendas cresceram 57,5% em relação ao segundo trimestre de 2020.
A retomada da atividade econômica, evidenciada principalmente a partir do terceiro trimestre de 2020, trouxe a expectativa de um 2021 muito promissor para a construção civil e o mercado imobiliário.
É necessário destacar que, em parte, essa expectativa está baseada em algumas das medidas adotadas para mitigar os efeitos pandemia de Covid-19. Dentre essas medidas, podemos citar a queda na taxa de juros, não só da própria taxa básica de juros, a SELIC, mas também as taxas oferecidas pelos bancos a seus clientes. Dessa forma, custo do financiamento imobiliário foi reduzido consideravelmente, o que impulsiona as vendas de imóveis.
Dentre outros indicadores que colaboram para esse otimismo, podemos citar o crescimento do número de trabalhadores com carteira assinada: 6,4% entre janeiro e outubro/2020; o crescimento de recursos da caderneta de poupança aplicadas no financiamento imobiliário: 48,8% de janeiro a outubro de 2020 em relação ao mesmo período de 2019; o volume de financiamentos de janeiro a outubro de 2020 já superou todo o volume de financiamentos em 2019; e o número de unidades financiadas de janeiro a outubro de 2020 é 36,8% maior que o mesmo período de 2019.
Considerando todo esse cenário de bons números e otimismo, segundo a Câmera Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil deve crescer 4,0%. Esse valor é maior que a expectativa da CBIC para a economia nacional, que é de 3,5%, e, caso se confirme, será o maior crescimento do setor desde 2013.
No entanto, a própria CBIC alerta que, embora haja muito otimismo no setor, alguns pontos podem representar entraves para a concretização do crescimento previsto. O maior deles é o desabastecimento de insumos e, como consequência, a disparada no preço desses insumos. Para se ter uma ideia, o aumento do Índice Nacional da Construção Civil (INCC) cresceu 17,78% de janeiro a novembro de 2020, a maior aumento do período pós-Real.
Esse desabastecimento e, por consequência, aumento de preços está relacionado diretamente com a pandemia. As fábricas reduziram a produção e a mão-de-obra em função das medidas de combate a Covid-19, bem como da queda da atividade econômica. Quando do retorno das atividades, os fornecedores não deram conta de atender a demanda.
Apesar disso, o setor está otimista em relação ano que se inicia. Muitas incorporadoras e construtoras estão acelerando lançamentos para aproveitar os juros baixos e a oferta de crédito. Isso deve impulsionar toda a cadeia produtiva e confirmar as expectativas de um bom ano no setor.
Que todas as expectativas se confirmem! Um Feliz 2021 a todos!
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