O mercado imobiliário apresentou sinais de melhora em 2019. Mas como será o ano de 2020?
O ano de 2019 apresentou um panorama diferente para o mercado imobiliário. Desde 2014, quando os primeiros sinais de desaceleração foram registrados, e mais especialmente em 2015, 2016 e 2017 quando registrou-se o pior cenário, o mercado de imóveis não tinha registrado números tão bons quanto em 2019.
Ao olhar para alguns indicadores, é possível verificar os sinais de recuperação: segundo o IBGE, o PIB da construção civil, por exemplo, cresceu 2,4% no segundo trimestre de 2019 e 1,3% no terceiro trimestre do mesmo ano, quando comparado com o mesmo período de 2018. Outro sinal: até novembro de 2019, levando em consideração os últimos 12 meses, o crédito imobiliário com fundos da caderneta de poupança (SBPE) cresceu 38%, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP). Por fim, outro dado interessante é que o preço dos imóveis estabilizou em 2019, segundo o índice FipeZAP, depois de quedas nos anos de 2017 e 2018.
Mas, o que explica a retomada do mercado?
Segundo analistas, uma conjunção de fatores leva a esse movimento de recuperação. Um desses fatores é a queda da taxa SELIC, que dos 14,25% em 2016 caiu para 4,50% em 2019. A queda de juros contribuiu para a redução do custo do financiamento imobiliário e para o incentivo aos investidores de abandonar os tradicionais investimentos (CDB, CDI, etc.) por outras modalidades mais atraentes em tempos de SELIC baixa, tais como os empreendimentos imobiliários. Outro fator importante são as reformas importantes que foram aprovadas, como a da Previdência, e outras que foram anunciadas pelo governo, como a Tributária.
Com um custo menor influenciando o cálculo de juros, os bancos iniciaram programas de redução dos juros cobrados dos seus clientes. Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco e Santander, que dominam o mercado de crédito imobiliário, anunciaram reduções nas taxas. Além disso, novas modalidades de financiamento ou de correção da taxa de juros foram anunciadas, como por exemplo: uso do IPCA como índice de correção e taxa fixa de juros. Alguns bancos estão, inclusive, aumentando a margem de financiamento em relação ao valor de mercado do imóvel, chegando a até 90%.
No campo dos investimentos, há pelo menos cinco construtoras que se preparam para lançar ofertas iniciais de ações na Bolsa de Valores de São Paulo e com expectativa de arrecadar R$ 5 bilhões. Construtoras que já têm ações na bolsa captaram R$ 5,5 bilhões em 2019. Segundo levantamento contratado pelo jornal “O Estado de São Paulo”, as ações das construtoras renderam 105% em 2019. Em 2018, a valorização foi de 4,53% enquanto em anos como 2014 e 2015 as perdas somavam 34%.
Considerando todos esses sinais e fatores observados em 2019, especialistas apontam que 2020 será um ano de recuperação para o mercado imobiliário, com números mais expressivos. No entanto, os números não chegarão nem perto dos registrados no último grande boom do mercado, entre 2006 e 2012. Nesse período, o PIB da construção chegou a crescer 62%. Para 2020, a expectativa é que o crescimento seja de 3%.
Portanto, 2020 será um ano em que a retomada observada em 2019 ganhará corpo, mas ainda longe dos melhores anos do mercado. É um período para estar atento as oportunidades que começam a surgir, mas, ao mesmo tempo, de olho nos riscos para não repetir os erros que levaram aos períodos difíceis.
Que as previsões e expectativas de confirmem e que possamos registrar 2020 com um bom ano para o mercado imobiliário e da construção civil. Feliz 2020!
Comments